Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) apontou que a maior parte dos trabalhadores informais brasileiros gostaria de atuar dentro do regime CLT.
O levantamento entrevistou pessoas que não possuíam nenhum tipo de registro (trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ). Entre esses trabalhadores, 87,7% disseram que gostariam de ter uma ocupação formalizada.
O estudo foi realizado entre agosto e outubro de 2022. Neste período, o número de trabalhadores atuando na informalidade no país alcançava 38,964 milhões.
De acordo com o coordenador e responsável técnico pela pesquisa do Ibre/FGV, Rodolpho Tobler, a pesquisa demonstra que “tem muito mais gente na informalidade por necessidade do que por vontade própria".
O levantamento também apontou que, entre os trabalhadores por conta própria atuando sem registro ou mesmo os registrados com CNPJ, 69,6% prefeririam mudar para uma vaga de contratado por uma empresa. As duas principais razões para essa preferência são a vontade de ter rendimentos fixos (33,1%) e o acesso a benefícios dados por empresas (31,4%). Vale lembrar que os assalariados têm direito a FGTS, décimo terceiro salário, vale-refeição, férias remuneradas e seguro-desemprego, entre outros.
Entre as pessoas que não desejam mudar a categoria da sua ocupação, o fator mais citado foi a flexibilidade de horário (14,3%), seguido pela crença de que, na ocupação atual, é possível ter rendimentos maiores do que como assalariados (11,9%).