Segundo o Decreto Lei nº 3.298/1999, a deficiência humana é “toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano”. De acordo com a ONU, aproximadamente 10% da população mundial tem alguma deficiência, seja física ou mental.
Por ser uma condição ainda cercada por preconceito, a ONU criou em 1992 o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, comemorado em 3 de dezembro. O objetivo é conscientizar sobre a importância de se inserir as pessoas com deficiência em diferentes aspectos da vida social, como a política, a econômica e a cultural, e colocar em prática os melhores métodos para garantir qualidade de vida e dignidade para todos que sofrem com algum tipo de deficiência.
Gerente destaca desafios e valores de quem atua no setor
Luciana Martins Amaral é uma das empregadas da categoria que lidam diariamente com pessoas com deficiência. Ela é gerente da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) desde 2013, atuando em Recife há três anos. Para ela, o maior desafio do trabalho é conseguir engajar toda a sociedade (poder público, empresas e pessoas físicas) na causa da pessoa com deficiência, de modo a manter a excelência do serviço prestado pela instituição. “No Centro de Reabilitação nossos atendimentos são 100% via SUS, ou seja, sem nenhum custo direto aos pacientes. São pessoas que precisam de um atendimento de ponta, mas não teriam condições de arcar com os custos”, afirma. Mas toda a dedicação vale a pena quando se vê os pacientes “ganhando autonomia e sendo inseridos na sociedade, com um outro olhar e mais qualidade de vida”, conta a gestora. Segundo ela, os principais valores para se atuar no setor são resiliência para não desistir diante das adversidades, inclusão, dedicação extrema e trabalho em equipe.
Pessoas com deficiência precisam de uma maior atenção por parte do poder público, principalmente em questões referentes a acessibilidade, empregabilidade e inclusão. Segundo a ONU, elas são mais vulneráveis a abusos e normalmente não frequentam a escola. Além disso, a maioria não consegue entrar no mercado de trabalho porque alguns empregadores acreditam que essas pessoas não são capazes de trabalhar com eficiência e que a construção de um ambiente acessível é cara. A realidade indica que políticas inclusivas, como cotas para emprego e adaptação de espaços públicos para permitir a circulação, continuam sendo importantes e necessárias.
Como afirmou Luciana Martins, “a deficiência não define a pessoa. Recomendo a quem ainda tem preconceito, é capacitista, que venha visitar uma unidade da AACD, pois vai perceber uma energia boa, forte, e verificar que a pessoa com deficiência é tão capaz quanto qualquer pessoa sem deficiência”, concluiu.
A todos os empregados da categoria com alguma deficiência e a todos que, como Luciana, atuam em instituições voltadas para pessoas com deficiência, nosso respeito e admiração pelas vitórias de cada dia. E que o mundo esteja cada vez mais preparado para oferecer condições dignas de vida a todos.